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terça-feira, 14 de agosto de 2012

A consciência


"A boa consciência serve de boa almofada".

John Ray
Naturalista britânico

O sucesso


"O sucesso é concedido e conservado por todos aqueles que não deixam de tentar".

Autor desconhecido

A reputação



"A reputação é como o fogo: uma vez acesso conserva-se bem; mas caso se apaga, é difícil acendê-lo".

Plutarco

Crédito da imagem: http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=19&id=450

Negócios



"Vivam junto como irmãos e façam negócios como estranhos".

Provérbio árabe

Crédito da imagem: http://fmanha.com.br/blogs/bethlandim/2011/11/12/roubaram-o-ouro-agora-o-petroleo/

A sociedade de leitura



            A tradição oral ainda faz esparsas referências a uma entidade informal que procurava sem fins lucrativos o enobrecimento da cultura colonial. Refiro-me a sociedade de leitura existente entre colonos adeptos das letras, para intercambiar/trocar livros, no qual os rurais de várias localidades tivessem acesso periódico a obras raras. As publicações, nos anos de 1930 até 1960, mantinham-se artefatos escassos e onerosos, quando alguns adeptos constituíram sociedade.
            A sociedade de leitura mantinha um acervo restrito de obras, que, depois de dias ou semanas, pré-combinados, viam-se periodicamente trocados entre os membros. Algum encarregado, como exemplo algum professor comunitário, enchia “o saco atravessado”, quando tomava o rumo da estrada geral e residências. Os leitores membros devolviam a obra cedida, quando, em seguida, poderiam escolher outra. Possuía-se um prazo determinado “à degustação das letras”, quando, em seguida, o volume retornava ao rodízio. O leitor sabia da necessidade de ter lido naquele prazo determinado, quando, no período chuvoso, finais de semana ou no contexto da lamparina da noite, divertia-se com as informações.
            Os principais adeptos/associados eram os comerciantes, religiosos, professores e colonos esclarecidos, que constituíam-se na elite intelectual das colônias (formavam a principal opinião comunitária). Os livros viam-se carimbados com a entidade, que, como exemplo, “Sociedade de Leitura Teutônia Sul” (sede na Linha Germano/Estrela/RS – anos 1950 a 1960). A sede mantinha-se nalgum sociedade escolar, recreativa ou de membro responsável. Podia-se nas entrelinhas conhecer a influência dos livres- pensadores (maçons), quando auxiliavam na doação de volumes para “difundir as luzes”. As parcas empresas poderiam fazer doações, quando bibliotecas públicas escolares era ”coisa de cidade grande e estabelecimentos tradicionais de ensino.”
            O conteúdo das publicações ostenta diversidade, porém mantinha-se a preferência por temas regionais. Cita-se, entre outras, polemicas dos Mückers, bugres, guerras mundiais, avanços científicos... Livros com larga procura, relaciona-se “As Vítimas do Bugre” do padre Gansweit, “Os Mückers” do padre Ambrósio Schupp S. J., “O Episódio do Ferrabraz (Os Mückers)” de Leopoldo Petry, almanaques do Correio do Povo, anuário evangélico... Curiosidade: a maioria da leitura mantinha-se em alemão, que era o idioma dominante.
            Os registros históricos como apontamentos das colônias desconhecem maiores estudos destas excepcionais entidades, que prestaram inestimáveis serviços de esclarecimento à evolução comunitária. As entidades de leitura foram outra organização social, no qual moradores tiveram encontrar uma solução para uma deficiência de recursos e ausência do poder público. Elas perderam expressão com a constituição de bibliotecas públicas e o perecimento de velhas estirpes, quando os novos tiveram outras opções de lazer e prioridades.

Guido Lang
Edição virtual
Livro “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://leituradeconjunturas.blogspot.com.br/2012/04/onde-estao.html  

"O baile da confusão"



A memória oral tem uma explicação para o estranho comportamento dos cachorros, que, sem senso de vergonha, tem o “impróprio hábito de cheirar na bunda alheia”. Alguns humanos, nalgum passado, quiseram acostumar modos a cachorrada, quando almejaram desacostumá-los do hábito. O esforço, em meio a muita insistência, foi em vão. Os caninos, incutido o hábito, não deram a mínima, quando a cada encontro e reencontro repetem o costume.
A tradição oral relata o início da prática, quando a cachorrada, numa certa ocasião, reuniu-se para uma assembleia geral. Estes queriam estabelecer certas combinações, que desfizessem as constantes agressões mútuas. Os bichos para festejar os primeiros entendimentos, estabeleceram um baile comunitário, quando os diversos puderam conhecer-se e confraternizar. A diretoria provisória, com a consciência geral, estabeleceu uma única regra, que relacionava-se aos participantes do evento. Estes, na entrada, deveriam pendurar a “bunda” com vistas de inibir inconvenientes comportamentos no salão. A cachorrada, na medida da chegada, pendurava as bundas numa sequência de cabides e pregos, quando mantinha-se algumas centenas. Uma bela e ímpar coleção, porque havia bundas das diversas proporções e variedades.
O baile, com o recinto cheio, iniciou com a maior alegria e camaradagem, quando música não faltava no ambiente. A diversão estendia-se um bom tempo, quando, numa altura, adveio um desentendimento. Este cedo acabou numa tremenda briga, quando diversos grupos envolveram-se no confronto. A confusão generalizada estabeleceu-se e muitos saíram correndo. Estes, em meio a situação, apanharam a primeira bunda, quando em decorrência, cheiram na alheia; pensam que a do vizinhos é a deles. Faça-se votos que o equívoco nalgum dia seja desfeito e o hábito abandonado.
A virtude de alguns parece defeito a outros. Cada espécie e indivíduo têm seu hábito e valores, que cabe respeitar.

Guido Lang
Edição virtual
Livro “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.grupoun.net/300-cachorros-sao-assassinados-todos-os-dias-no-brasil/