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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Eu tenho um sonho - Martin Luther King Jr. (1929-1968)



   Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
   Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
   Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
   Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo o estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
   Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
   Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
    Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
    Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livres. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
   "Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
   Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos.
   De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
   E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
   E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
   Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
   Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
   Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas Rockies cobertas de neve do Colorado.
   Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
   Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
   Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
   Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
   Em todas as montanhas, ouvirei o sino da liberdade.
   E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro:
   "Livre afinal, livre afinal.
    Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

28 de agosto de 1963
Trecho parcial
Discurso pronunciado em Washington, D. C., EUA.

Crédito da imagem: http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=09800

Curiosidades das práticas agrícolas



    Os coloniais, ao longo das décadas de manejo com a terra, assimilaram alguns conhecimentos, que, de maneira geral, perpassam de geração em geração:
01. Algumas famílias, por tradição, tem o hábito de plantar o aipim e o feijão na Semana da Pátria. A experiência, ao longo das décadas, tem mostrado sucesso do empreendimento em função da fartura.
02. A intensa floração das corticeiras e ipês é prenúncio de safra farta, porque as condições climáticas mostram-se favoráveis ao cultivo das culturas anuais.
03. Querosene administrado na cepa das árvores cortadas significa nada de maior brotação. O produto entra na seiva e extingue o vegetal.
04. A queima da lenha bem seca de um ano ao outro evita maiores incômodos de fumaça (no interior da residência). A acácia e o eucalipto são lenhas abundantes, todavia perdem em qualidade diante das nativas.
05. Uma palha seca, a exemplo do milho e do trigo, dá um bom fogo. Queima uma maravilha. Dura uns poucos minutos e foi-se como se nunca tivesse existido. Daí a expressão “fogo de palha” para certos modismos.
06. Colonos continuam tratando ração as angolistas. Elas, apesar da fartura, continuam gritando a velha senha: “Estou fraco! Estou fraco!” O instinto como hábito mostra-se difícil mudar.
07. O preço do milho, em certos momentos, vai às alturas. Os tratadores poupam no trato, as aves daí parecem gostar bem mais do cereal. Algumas, nos pátios mais pobres, parecem desconhecer o cereal nestes momentos “bicudos”.
08. As aves silvestres, na aurora das manhãs, fazem gritaria ímpar. Elas parecem fazer a oração matinal ao Criador, quando agradecem mais esta jornada (para quem esta vivo).
09. Os pombos são conhecidos como ratos de asas, porque, com maior facilidade, desenvolvem piolho. Muitos criadores, em decorrência, nem querem ouvir falar de pombos em meio às espécies domésticas.
10. Vassoura nova varre melhor! O cidadão para agradar capricha no trabalho/encomenda, mas lá adiante caí na rotina. O que não vem do fundo da alma, pouco dura.
11. Friagem, em meio ao calor, significa costumeiramente ausência de chuva. As nuvens com água passaram e convêm esperar mais alguns dias para ver precipitações. Chuvas com bom nível de precipitação costumam começar de forma serena e estender-se por horas.
12. As aves ostentam-se as grandes semeadoras da natureza. O exemplo pode ser apreciado debaixo dos citros (bergamoteiras, laranjeiras, limeiras) quando, a partir da defecção, aparece uma gama de espécies.
13. Um cuidado excepcional em momento de raios e trovões! Nada de mexer com artefatos de ferro, abrigar-se em plantas isoladas, manejar animais... Pode-se com facilidade atrair as descargas elétricas.
14. As sementes de inço, existentes nas milhares de roças dos colonos, foram costumeiramente introduzidas durante o processo de colonização. Os humanos, com animais, máquinas e tratos, introduziram-nos e jamais conseguiram eliminá-los.
15. O colono astuto, com relação ao corte de pasto e verduras, procura fazê-lo de manhã. Estes encontram-se fresquinhos, que eleva a qualidade do consumo.
16. O ataque incessante dos insetos, no contexto do trabalho da roça, significa prenúncio de chuva. Estes picam no corpo inteiro, em função de estarem sedentos pelo sangue.
17. Os produtores vivem com as “antenas ligadas a chuva”, porque sem água as plantas carecem de maior desenvolvimento. O próprio é uma chuva a cada uma semana ou duas, no mínimo.
18.  Os criadores, com a febre aftosa no plantel, procuravam conduzir os bichos nos arroios e banhados. A umidade da argila extraía a febre, quando os animais curavam-se.
19. A cabriúva, por rachar fácil e reto, era a matéria-prima básica para confeccionar as telhas de madeira, quando as colônias careciam de olarias.
20. O trabalho efetuado em banhados, brejos e pedras presta-se a picada de bichos peçonhentos. Recomenda-se esfregar algum alho nos braços e pernas, que repugna os inimigos.
21. Árvores frutíferas inférteis convêm colocar pedras nos galhos e raízes, pois a umidade e minerais extraídos auxiliariam na produção de frutos.
22.  Porcas magras, colocadas nos cachaços, davam elevado número de leitões (de dez a quinze). Gordas mostravam-se poucos profícuas, de uma a seis, em média.
23.  As galinhas, para dar gema forte e sadia, eram tratadas com bastante verde, quando as aves faziam festa e mantinham cálcio.
24. O peixe extraído do açude em Lua Cheia promete estragar fácil, por isso, em horas mostra-se impróprio ao consumo.
25. A bananeira convêm plantar na primeira sexta-feira de agosto, quando a planta brota fácil e promete cachos bem formados.
26.  A brotação do ipê e plátano demonstra o calor do solo, quando o frio teve o seu desfecho e achegou-se o momento do plantio de culturas.
27. Recomenda-se plantar na Lua Cheia: plantas que produzem sobre a terra, em função da maior insolação. Lua Nova: aquilo que cresce embaixo do solo, em função do maior desenvolvimento. Lua Minguante: facilita o apodrecimento da madeira nesta época. Lua Crescente: cortar o eucalipto para brotar melhor.
28.  A consorciação mato nativo e eucalipto mantêm a sobrevivência da fauna, que combate os inimigos das espécies exóticas e dá sobrevida a diversidade biológica.
29. O azevém constitui-se numa gramínea introduzida como forragem ao gado. A planta dificilmente morre enquanto não tiver produzido alguma semente.

Guido Lang
Anexos das “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://wwwcolhendofloresentreespinhos.blogspot.com.br/2011/09/ponha-um-ipe-branco-em-sua-vida.html