Translate

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O que o filho pensa do pai


    Aos 7 anos:
    Papai é grande. Sabe tudo!

    Aos 14 anos:
    Parece que papai se engana em certas coisas que diz...

    Aos 20 anos:
    Papai está um pouco atrasado em suas teorias; não são desta época...
    
    Aos 25 anos: 
    O "coroa" não sabe nada... Está caducando, decididamente.

    Aos 35 anos:
    Com minha experiência, meu pai seria, hoje, milionário...

    Aos 45 anos:
    Não sei se consulto o "velho"; talvez ele me pudesse aconselhar...

     Aos 55 anos:
     Que pena papai ter morrido; a verdade é que ele tinha ideias notáveis!

     Aos 60 anos:
     Pobre pai! Era um sábio! Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde...

Autor Desconhecido

     


Epitáfio de Ayrton Senna da Silva


"Nada pode me separar do amor de Deus".

Ayrton Senna da Silva (21/03/1960-01/05/1994)

Crédito da imagem: http://www.sennafiles.com/ayrton-senna/



O desafio à teimosia


     

     As abelhas híbridas africanas recém tinham-se instalado na localidade (Boa Vista Fundos-Teutônia/RS), quando uma colmeia vigorosa habitava um tronco oco. Esta, em poucas semanas, acumulara grande quantidade de mel, quando o produto exalava um aroma ímpar. Os insetos, como invasores do espaço, mantinham-se deveras agressivos, quando pouco tinham-se mesclado com as européias. O temor instalou-se nas redondezas, no que os moradores, como apicultores tradicionais e improvisados, mantiveram distância. Ouviram, nos anos de 1970, inúmeros relatos de ataques, quando as notícias advinham pelas ondas radiofônicas.
     Um certo morador, habitante de um recanto do lugarejo, duvidou da ousadia da colméia. Dizia: “-Este fato inexiste de não haver manejo a estes insetos! Eu faço o trabalho de encaixotar a comunidade assim como extrair o mel!” O dono do lote deu-lhe autorização de fazer a coleta, quando esperou um dia propício à atividade. Queria mostrar a teimosia germânica de não fraquejar diante do dilema, “quanto maiores às dúvidas, maior a satisfação de concretizar o duvidado”.
     O colonial, auxiliado por um filho, tomou mãos à obra. Procurou fazer uma excepcional fumaça no fumigador, abrigar-se com vestimenta própria, afiar machado e serra manual, preparar caixa... Iniciou-se, depois de andar uns bons metros nos trilhos de mato, os trabalhos, quando abafou os insetos com intensa fumaça. Cortou-se parte do tronco e deu-se umas machadadas! As abelhas advieram endemoniadas, no que pareciam desafiar a “chaminé ambulante”. Estes abateram-se sobre os elementos... Caíam no chão e atacavam! O colono conheceu a agressividade inimaginada destes insetos, que, diante de uma maior desproteção, matavam com facilidade.
      A persistência continuou para extrair o mel e encaixotar a colméia. Localizou-se a rainha e colocou-a num quadrículo, quando a comunidade viu-se inserida em um caixote. O bicharedo atacava, porém conheceu a eficiência da teimosia teuto-brasileira. O apicultor nunca tinha tomado tamanho número de ferroadas, quando chegaram às centenas. Realizou a tarefa diante da admiração da vizinhança, no que não faltou vontade de correr e safar-se do contexto. O empenhado, como palavra, manteve-se firme com vistas de não cair na chacota.
       Reza a tradição: diga ao alemão que tal coisa não dá! Este, na proporção de aceitar o desafio, faz acontecer diante das maiores agruras e empecilhos em função da sua extrema teimosia.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://ciencia.hsw.uol.com.br/abelha6.htm