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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Provérbios Indígenas


  1. Que haja calor no teu iglu, óleo na tua lâmpada e paz em teu coração (Esquimó).
  2. Nunca coloque o seu dedo num furo do gelo, você poderá congelar seu dedo (Esquimó).
  3. Não julgue o seu vizinho até andar duas luas nos mocassins dele (Cheyenne).
  4. Que os meus inimigos sejam fortes e corajosos, para que ao ser vencido não me sinta envergonhado (Cheyenne).
  5. Pense o que quiser pensar, você tem que viver com seus próprios pensamentos (Dakota).
  6. Os pensamentos são como flechas, uma vez lançados alcançam o seu alvo. Seja cauteloso ou poderá um dia ser sua própria vítima (Navajo).
  7. O bem que fazemos na véspera é o que nos traz felicidade pela manhã (Sioux).
  8. Quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, aí sim eles [os ditos civilizados] verão que dinheiro não se come (Sioux).
  9. Pai, ajudai-me a nunca julgar o próximo antes que eu tenha andado sete dias com as suas sandálias (Sioux).
  10. Não basta falar sobre a paz, é preciso pensar, sentir, agir e viver em paz (Shenandoah).
  11. As leis dos homens mudam de acordo com o seu conhecimento e compreensão. Apenas as leis do Espírito permanecem sempre as mesmas (Crow).
  12. Lembrem-se que seus filhos não são sua propriedade, eles foram apenas confiados à sua guarda pelo Grande Espírito (Mohawk).
  13. Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado, para podemos caminhar juntos (Ute).
  14. Quando  compreendemos profundamente a verdade dos nosso corações, saberemos louvar, amar e agradecer ao Grande Espírito (Oglala Sioux).
  15. O que importa se uma vasilha é preta e outra é branca, se o desenho delas é perfeito e servem para a mesma finalidade (Hopi).
  16. Você deve viver sua vida do início até o fim, pois ninguém mais pode fazer isto por você (Hopi).
  17. Todos os homens e mulheres tem um futuro, mas poucos tem um destino (Andino).
  18. A inveja é um cupim que corrói e consome as entranhas do invejoso (Inca).
  19. Se você fala com os animais, eles falarão com você e vocês conhecerão um ao outro (Inca).
  20. Existem três caminhos: o certo, o errado e do coração. O caminho certo nem sempre é o certo. O caminho errado nem sempre é o errado. O caminho do coração é sempre o caminho do coração. Portanto siga seu coração (Inca).
  21. A terra será  o que são os seus homens (Asteca).
  22. Quanto maior o rio, menor ruído ele faz (Tupi).
  23. Um homem pode amar várias mulheres, mas com poucas  brincará (sexo) com plenitude (Tupi-guarani).
  24. Uma mulher pode fazer sexo com muitos homens durante sua vida, porém o seu coração será de um só homem (Tupi-guarani).
  25. Ó Criador do Sol e Trovão! Seja sempre bondoso! Não envelheça-nos! Permita que todas as coisas estejam em paz! Multiplique o povo e provenha-o com comida e permita que todos as coisas frutifiquem (Prece Inca).
(Reunidos, por Guido Lang, a partir de livros e sites variados)

Crédito da imagem: http://www.avidabloga.com/

A excepcional caçada de Nhonhas



Os pioneiros, em terras brasileiras, criaram os relatos das caçadas ímpares. Inclui-se aí a brincadeira da caçada das Nhonhas. Uns singelos bichinhos inexistentes, moradores dos brejos, matas e roças, próprios para fisgar os extremamente chatos e espertos; contadores de excepcionais vantagens e “contínuos donos da razão”.
Os forasteiros, advindos das paragens mais distantes do país, afluem às comunidades de colonização alemã. Eles cedo ganham a amizade e simpatia da alemoada. Os naturais querem ouvir histórias das origens, no que alguns exageram na dose das espertezas e narrações. Compreendem-se muito astutos e espertos para os pacatos moradores. O pessoal convida os falantes para alguma caçada. A prática consiste em apanhar Nhonhas, dizem ser do tamanho dos preás no interior dos lugares o qual são retirados. O forasteiro ganha a sublime missão de parar e abrir o saco no contexto de algum trilho. Os colegas, em número variado de umas poucas unidades, tratam de entocar os bichinhos. Estes, adoidados em função da algazarra e correria, procuram refúgio na primeira possibilidade de toca. Sucede-se, em meio ao desespero, destes entrarem no saco e o abridor fechá-lo no momento oportuno. O curioso, os ditos amigos, abandonam  sua função; dirigem-se para casa, em meio às gargalhadas,  deixam o ingênuo “plantado” até desconfiar do trote aplicado.
Sucedeu-se, num encontro de jovens (de determinada confissão religiosa), prenderem um bichinho desses. O povão tinha ouvido falar das Nhonhas, porém nunca tinha visto alguma. Este muito bem acondicionado e guardado numa caixa (deveras fechado), pode ser apreciado/enxergado. Procurou-se, no interior duma sala, colocar a caixa com o animal. Os curiosos, sob coordenação duma dupla de estudantes, puderam vislumbrar a espécie.
Cuidou-se, em função de ser extremamente arisca, deixá-lo olhar de um em um. Uma fila quilométrica cedo constituiu-se a  partiu-se a apreciação. Os guardadores alevantam a tampa do caixote e, no fundo, no reflexo do espelho vêem a Nhonha. Um animal diverso conforme as aparências de cada qual. O resultado foi de extrema gargalhada e vergonha com a exagerada curiosidade. Os participantes, tendo uma vez visto o bichinho, não faziam questão de apreciar uma segunda. A imagem, até os dias finais da existência, ficou-lhes gravada na memória. A Lenda das Nhonhas ("Till-tasf" no alemão) mantém-se uma história teuto-brasileira. As esporádicas caçadas, com o esclarecimento cultural na era da comunicação (da globalização), mostram-se momentaneamente desativadas.
Preservou-se o ensinamento básico: “-O excesso de curiosidade costuma levar ao ridículo”. Cuidemo-nos para não embarcar nalguma furada semelhante! As brincadeiras, sem muitas explicações, são a forma mais derradeira de ensinar certas lições inesquecíveis da vida.

Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.novomilenio.inf.br/bertioga/bh004d2.htm
Imagem meramente ilustrativa.