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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A silenciosa guerra



Os colonos, no alumiar da primavera, mal colocaram as sementes no solo! As formigas, sobretudo as cortadeiras, procuram externar sua astúcia e ferocidade alimentar. Um trabalho incessante, nas caladas das tardes e noites, tomam vulto em hortas, lavouras e pátios. Os insetos avançam de forma desenfreada e sútil (sobre culturas recém brotadas ou germinadas). Os estragos e prejuízos, de forma vultosa, tomam conta nos cenários produtivos.
Os plantadores mal viram brotar as tenras plantas! Citrus, cereais, tubérculos vêem-se cortados e carregados (na direção dos ninhos). Estabeleceu-se uma guerra insana (entre humanos e insetos). Os irracionais estabelecem prejuízos monetários incalculáveis e os ditos racionais (sendo os  forasteiros) tentam localizar/exterminar ninhos. As formigas, sobretudo de hábitos noturnos, enfurnam-se entre ciscos, construções  e pedregulhos. A localização, com a acentuada astúcia e apurado instinto de sobrevivência, mostra-se praticamente impossível. Inúmeros coloniais/produtores, ao longo da história, “chegavam a pular da cama nas caladas das noites ou fazer vigilância” (diante da necessidade imprescindível de exterminar formigueiros). Achavam-se alguns ninhos porém outros tantos  floriam (com razão de manter ativo a espécie).
As intensivas caçadas ocorriam nos prenúncios da enxameação. O combate, em função dos ninhos volumosos, aumentava as chances a eficiência do extermínio. A enxameação representava um punhadinho de dezenas ninhos (em formação e desenvolvimento).  O combate tornava-se deveras difícil em função das dificuldades de localização. O tempo, na proporção do desenvolvimento das culturas, revelaram os excepcionais e reais estragos. Os produtores perdiam em espaço, sementes e serviços (em função do incessante e aparente minúsculo trabalho dos insetos). Adoram as lavouras de acácia, cana, eucalipto, mandioca, rosas... A preferência, dos ataques, recai sobre os brotos e folhas tenras. Ostentam-se próprios a fabricação do seu alimento. Afluem de boas distâncias para carregarem materiais  e logo abrem especiais trilhos (para facilitar suas idas e vindas).
A guerra, com o advento dos formicidas (iscas granulados), tomou novos rumos. A ciência e tecnologia encontram-se trabalhando a favor do homem. Os colonos conseguem inibir ataques porém impossível imaginar o extermínio das espécies. Estas, emprenhadas em brejos, cercas, matos e roças, precaveram-se contra a hecatombe. Parecem compreender a necessidade de resguardar-se e precaver-se diante da astúcia e ousadia humana. Iscas tradicionais, a base de citrus e tubérculos, careciam da real eficiência. As iscas e a vigilância porém mantém-se constantes com vistas de assegurar o sucesso agrícola. Um conflito básico, das partes, resguardarem-se das necessidades de sua subsistência. Outros capítulos dramáticos, nesta guerra insana, prometem suceder-se nos campos. Os humanos sabem da impossibilidade de vencer o combate/guerra (diante da sensibilidade das formigas acumuladas em milênios de subsistência neste planeta).  
Quaisquer empreendimentos e negócios possuem suas dificuldades e satisfações! Cada espécie precisa confrontar-se com os desafios da sobrevivência. Certos brindes e cortesias, a semelhança das iscas, escondem interesses escusos e perigos inimagináveis. Alguns dilemas combate-se, porém sabe-se da impossibilidade de vencê-los!
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://efinkenauer.blogspot.com.br/2011/10/pesquisador-da-uenf-estuda-metodologia.html

Recomeçar



Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou..
O que importa é que sempre
é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance
a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e,
o mais importante...
Acreditar em você de novo...
...Onde você quer chegar? Ir  alto?
Sonhe alto...  Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno...
Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente
o melhor e,  principalmente,
lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo,
e não do tamanho da minha altura.

Autor: Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

(Obs.: Cronista, contista e tradutor)

Crédito da imagem: http://fotola.com/berylium/hermano/document-hermano46a721caf1032.html