Translate

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Um interesse velado



Um motorista estaciona o veículo numa via! Alguma larga rua adjacente ao centro!
O perigo, no retorno do expediente dos negócios e trabalho, consiste em não encontrar o carro. Os roubos e sumiços, nas cidades, são cada vez mais frequentes e maiores. Quadrilhas, como meio de sobrevivência, especializaram-se nessas atividades ilícitas.
Um conhecido, deparando-se com o estacionamento em logradouro público, interroga surpreso o condutor:
- Você deixa o carro parado na rua?  Quê mimo e oferta aos ladrões? Muitos são os exemplos e histórias de roubos por aqui!”
O cidadão, num misto de decepção e desabafo, rebate as declarações:
- Quê é melhor? Entregar aos bandidos ou repassar o patrimônio aos estacionamentos? Uma gama de gente, como guardas, polícias, seguranças e seguradores, vivem desses marginais! Como obteriam os polpudos ganhos (sem a generalizada bandidagem e ladroagem)?
O indivíduo, de quaisquer forma (de uma maneira ou outra), vai repassando o suado dinheiro! Os bens não passam de meros empréstimos! O camarada cuida aqui e acolá, porém vê-se surrupiado de inúmeras formas e maneiras! A coisa sempre estoura no coitado e desprotegido. Apelar a quem nesta altura?
A má gerência dos recursos públicos, por sucessivas administrações, leva a falta de serviços básicos e de má qualidade. “O cidadão paga impostos de primeiro mundo e recebe serviços de terceiro!” Autoridades carecem de vontade política para tomar atitudes severas com razão de inibir e reprimir!
Os riscos existem em quaisquer atividades e profissões. Os humanos, por ganância ou malandragens, criam os aborrecimentos e flagelos. O ilícito, como praga social, revela-se uma infeliz atividade econômica. Infelizmente, a morte de uns é o sustento de outros!

                                                                            Guido Lang
                                            “Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem:http://downloads.open4group.com 

O leão velho


Um leão jazia enfermo e velho na floresta. Quando moço, havia sido o terror do local. Apareceu ali um javali, e, para vingar-se da antiga perseguição, deu-lhe uma focinhada, e foi-se; após o javali veio um touro; seguiram-se outros animais e cada qual se desforrava a seu modo.
O leão sofria calado. Veio por fim um burro e deu-lhe um coice. O leão não pôde conter-se.
- Até aqui sofri resignado – Disse. - E a quantos insultos recebia opunha a lembrança do que tinha sido outrora, quando até do meu rugido todos esses tremiam. Mas agora tu também, até tu miserável burro? Isto é morrer duas vezes!

Moral da história:
Quando a desgraça acomete um homem, não falta quem venha com ele ajustar contas.

                     Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                        Crédito da imagem: http://agnaldonoespelho.blogspot.com.br