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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Os muitos e variados craques


Um trio de migrantes, como profissionais da educação, foram contratados para lecionar numa tradicional instituição de ensino.
Estes, nos intervalos das aulas e corredores do estabelecimento, faziam referências elogiosas sobre a terra de origem. Os colegas, diante das conversas dos ocorridos e vivências, ficaram admirados e enciumados.
A vontade não faltou de conhecer as distantes paragens! Esta conversação, a uns bons meses, via-se arrastada nos começos e intervalos das jornadas.
Um conhecido, diante das frequentes explanações, resolver fazer uma interrogação. Este, sem floreios e rodeios, perguntou: “- Sê o lugar mostra-se tão abençoado! Por que vocês não ficaram por lá?“ O interrogador, numa sútil malícia, pensou em constranger o ouvinte!
Este, de forma apressada e esperta, respondeu numa singela figura de linguagem. Esta, como resposta, consistiu: “- Desde quando os craques conseguem ser reunidos e jogar num exclusivo e único clube e time! As vocações, muitas e variadas, vêem-se difundidas e espalhadas nos amplos espaços!”
O fato mostra-se uma realidade corriqueira das colônias. As localidades dispensam e dispersam os vocacionados filhos (na direção das cidades). Estes, como educados e treinados no trabalho braçal, revelam-se ambicionados e disciplinados assalariados.
O fluxo de gente, campo-cidade, tem sido uma realidade histórica. As pessoas migram na proporção das necessidades e oportunidades. A sobrevivência obriga a abraçar e realizar tarefas duras e variadas. 

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://esportes.terra.com.br

O ensino pela prática



Comunidade Evangélica Luterana Betânia (IECLB) - Boa Vista - Teutônia - RS

Um religioso, criado na concepção estóica, não deu maior moleza aos confirmandos. Este, nas aulas semanais, foi deveras duro e severo nos ensinamentos e exigências.
Os confirmandos, como lições básicas da doutrina/estudos bíblicos, precisavam decorar e entender o significado dos dez mandamentos, três artigos básicos, orações criativas/significativas e noções básicas das sagradas escrituras.
A prova, como exame geral, via-se efetuada diante da igreja repleta de membros. Os pais, familiares, padrinhos e presbitério, num especial culto, viam-se os excepcionais convidados. O objetivo, em público, consistia em demonstrar os aprendizados e ensinamentos.
O religioso, em aproximados cinquenta minutos, interrogava sobre os conhecimentos assimilados e trabalhados. Os dois anos de estudo viam-se devassados e repassados. A inquisição, de forma oral, recaia sobre todos. Perguntas e respostas advinham como um aparente tiroteio!
O desconhecimento via-se compreendido como sinônimo de desatenção, dificuldades e desinformação. Inúmeros confirmandos, nos momentos da sabatina, “temiam que nem vara verde” (diante dum eventual vexame).
Os alunos-confirmandos, nesta severa avaliação, aprenderam uma lição básica à vida. Esta, como princípio básico do cristianismo, versava: “- Não faça aos outros o que não queres que te façam!”
O segredo da fé consistia em vivê-la na prática cotidiana das atitudes e comportamentos. O resultado, nas décadas sucessivas, foi ter mães e pais honrados e respeitados (sem maiores problemas com a lei e a justiça). A religião tinha criado dóceis e pacíficas almas!
Certos desafios, depois de vencidos, revelam-se grandes lições de vida!  As práticas superam quaisquer teorias. O mandamento (do amor ao próximo), seguido a risca, evitaria uma gama de legislações e parasitas.

Guido Lang
“Singelas Crônicas no Cotidiano da Existência”


Obs.: O ensino confirmatório, em 1970 a 1972, foi coordenado pelo pastor Arno Wartchow (na Comunidade Evangélica Luterana Betânia na Boa Vista/Teutônia/RS).

Crédito da imagem: http://www.luteranos.com.br/conteudo.php?idConteudo=14527