Translate

domingo, 23 de junho de 2013

O afortunado negócio


Um cidadão, como microempresário, mantinha um negócio deveras rendoso. Este, a muitos, dava cobiça e inveja!
O ousado, na fabriqueta de fundo de quintal, conseguia agregar lucro à produção. Uma larga margem, diante das realidades de mercado, situava-se entre trinta a quarenta por cento.
O dinheiro, para os observadores ocasionais, “entrava que nem água!” Compradores, diante da falta de concorrência, obrigavam-se a adquirir e requisitar artigos e serviços.
O cidadão, com acentuado espírito festeiro, desperdiçava os fáceis e muitos recursos. Os dividendos, nas necessidades de maquinário e prédios, investia deveras mal.
Os reinvestimentos, no âmbito geral, eram parcos comparados aos ganhos. Os desnecessários, como supérfluos, carecia de descartar e eliminar!
A crise, num tempo, vislumbrou-se no horizonte! A substituição de dono e mando revelou-se imprescindível. Mudanças drásticas unicamente para salvar a atividade produtiva.
Um período de ouro havia sido desperdiçado e perdido. O jeito ostentava-se correr atrás do prejuízo! Os choros e lamúrias revelaram-se em abundância e frequência!
O idêntico aplica-se a governos: muita cobrança fiscal e pouco retorno em investimentos produtivos. Mudanças drásticas unicamente com vistas de reverter o quadro de adversidades e desperdícios!
A incompetência e ineficiência saltam aos olhos dos extorquidos contribuintes! O eleitor, no sabor das urnas, confirmará ou rejeitará os cantados índices de popularidade. As mudanças, de tempos em tempos, mostram-se bem aceitas e vindas!
O país, diante da estrutura legislativa existente, tem somente a possibilidade de postergar a crise e falência. Os gestores públicos, de modo geral, administram para o auto-enriquecimento do que ao enobrecimento do ente público. A carência de estadistas, nas democracias ocidentais, ostenta-se uma triste sina administrativa e política.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.oaltotaquari.com.br

O segredo íntimo


Uma cadela, como manda os desígnios íntimos, precisou atender aos pedidos da sobrevivência. A idade própria encaminhou-a ao cumprimento do instinto da perpetuação.
Esta, conforme o desejo do dono, deveria estar predestinada para determinado macho. O criador, com uma obsessão ímpar, queria frutos dessa cruza.
Este, para precaver-se da incursão dos aventureiros, enjaulou a fêmea e o macho. O propósito ostentava-se no relacionamento íntimo das partes.
Os animais, por uns bons dias, mantiveram-se enjaulados e presos. “O fim de festa” unicamente para ganhar a liberdade. O proprietário, para surpresa particular, deparou-se com a doce ilusão!
A fêmea, na primeira oportunidade, acorreu aos préstimos dum terceiro. Ele, no conjunto da cachorrada, mantinha-se outro viril qualquer.
O curioso relacionou-se a escolha: ela, por algum desígnio do instinto, optou por este determinado companheiro. A cadela queria distância das escolhas humanas!
Os bichos igualmente possuem sua lógica existencial! Os humanos interferem e mudam instintos milenares com suas experiências e interesses!
O conhecimento, nos bastidores da sobrevivência, versa das fêmeas escolherem suas parcerias. Os vários pretendentes, na prática cotidiana, seriam meras possibilidades de escolha. Os mistérios da natureza ultrapassam a compreensão e explicações humanas!
                                                                                    
 Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://umjeitomisticodeser.blogspot.com.br