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segunda-feira, 29 de julho de 2013

As mudanças no mercado


Os colonos, no passado, mantinham uma acentuada diversidade produtiva. As produções, como sobras nas propriedades, ostentavam uma miscelânea de artigos.
Os problemas, na hora da comercialização, relacionavam-se a carência de mercado. Abóboras, banha, carnes, frutas, cereais, leite, manteiga, nata haviam em abundância.
A briga relacionava-se a encontrar algum comprador. As cidades pequenas, com estradas esburacadas e precárias para o acesso, dificultavam ou impossibilitavam o escoamento.
A situação, com o aumento populacional e melhoria das rodovias (a partir de 1950), relacionou-se as vendas. O produtor pode produzir o variado e transformar em dinheiro. Este deixou de implorar para comercializar seus artigos!
Os produtores, de aves, bovinos, carvão, leite, madeiras, ovos, soja, suínos, conseguem em quaisquer momentos “passar e meter no troco” (transformar em dinheiro). O mercado, com o aumento da população urbana, encontra-se ávido por mercadorias!
Ele absorve montanhas de sobras rurais em função das grandes demandas urbanas. Milhões de pessoas vivem exclusivamente do abastecimento do campo.
O consumo diário chega a bilhões ou trilhões de toneladas nas megalópoles. Haja alimento, em fartura e produção, para abastecer e satisfazer toda essa gente!
O modelo econômico, em poucas décadas, mudou as condições e qualidade de vida. O atual asfalto, no interior de pacatas localidades, parecia alguma lorota de profecia ou utopia. Os produtores atuais, em menor número, superam em grande margem a produção dos outrora muitos.

                                                                                  Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://economia.uol.com.br

O azar do gambá


Uma família ao qual morava na cidade resolveu enveredar pelas colônias. Ela, num domingo de verão, queria maior distância do calor do asfalto e concreto!
Esta, numa circulação pela estrada marginal, deparou-se com um ingênuo e modesto bichinho. O animal, por alguma razão, mantinha-se desnorteado e órfão!
A esperteza e ousadia, a pedido da filha menor, consistiu em apanhá-lo e querer domesticá-lo. Este, como tenro filhote, acabou enrolado e colocado veículo adentro!
A família, no retorno a aglomeração urbana, andou uns bons quilômetros na rodovia principal. Esta, numa casualidade e surpresa, viu-se parado numa blitz da polícia rodoviária!
O transporte de animais, espécie da fauna silvestre, mostra-se crime inafiançável pela legislação ambiental. O condutor, não podendo pagar fiança, acaba direto no “xadrez” (cadeia)!
A mulher, como paliativo de safar o marido, ostentou uma genial e inusitada ideia e prática. Ela, sem menor dúvida e às pressas, enfiou o inocente bichinho debaixo da saia!
A senhora, as amigas e familiares, relatou posteriormente a façanha. Alguém, criado nas colônias, interrogou: “- O cheiro impróprio como ficou?” 
Esta, pensando tratar-se duma referência ao final da menstruação, externou o completo desconhecimento. A fulana, numa frase, sintetizou: “- O gambá que se ralou!”
A extrema necessidade leva a reações e soluções inusitadas. Inúmeros consumidores desconhecem o singelo trabalho da produção básica dos alimentos. Certas histórias, pela anomalia e ingenuidade, acabam comentadas e rememoradas!

                                                                               Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gamb%C3%A1.jpg