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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Os indiscretos latidos


O criador, filho das colônias, encontra-se cansado e dolorido da jornada. A subsistência impunha obrigações e trabalhos. A fadiga domava o velho corpo. A cama era o remédio!
O cidadão, na possibilidade de descanso, encontrava-se feliz. O leito, nas noturnas horas, trazia especial aconchego e alento. O amparo, no suado dia, delineava-se no organismo!
A letargia via-se como bálsamo no revigoramento. O cochilo entendia-se como soneira. O beneficiário, na viagem pela profundeza do íntimo, desatou do mundo!
A algazarra no exterior, de aferrados latidos, rompeu o encanto e silêncio. A cachorrada, no ininterrupto, inferniza o ambiente. A letargia assiste-se censurável!
O jeito, no incômodo, consistiu em tomar atitude. O foque (lanterna) foi contraído com razão de apurar a ocasião. Os caninos, de guardas, haviam enfurnado o gambá!
O animal, na altura da árvore, encontrava-se entocado. O alvejado, na luta pela sobrevivência, dirigia-se ao galinheiro. A probabilidade de caça viu-se irrealizável!
O proprietário, nas auroras, obriga-se a zelar pelas criações e instalações. Os cães, no impulso de selvagens nos pátios, acostumaram-se a detectar aberrações e impróprios!
As visitas inconvenientes fazem parte dos ocorridos. Os despossuídos abdicam unicamente de cuidados. As dificuldades verificam-se em quaisquer atividades!
A sobrevivência, na luta pelo alimento, vê-se um duradouro duelo. Animais domésticos, pelos responsáveis, exigem contínuos reparos e tratos!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/cao_policial.htm

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O arrojado regresso


Os ratos, na ausência dos gatos, viam-se praga. Os venenos careciam de dar conta do extermínio. Odores e porcarias, nos arestas e retiros, viram-se criados e empilhados!
O morador, ao longínquo amigo, encomendou os peculiares gatos. Os animais, na proporção de cinco, foram encaixotados. O carregamento acabou aliviado no pedido!
Os animais, muito crescidos, foram encarcerados dias. O novo possuidor, certa hora, abriu compartimentos. A bicharada, na direção de brejos e matos, volveu disparada!
Os felinos, na semelhança de raio, sumiram na vegetação. A moradia viu-se completa inviabilidade. A cachorrada, na curiosidade (diante de estranhos), acentuou corridas e fobias!
Os gatos, por semanas, conservaram-se refugiados em estranhas terras. A surpresa ocorreu certo dia. Os animais, desorientados na viagem, regressaram a residência original!
A orientação solar guiou certamente os caminhos de retorno. O bom filho a casa retorna. Os gatos apegam-se as casas na proporção dos cachorros aos donos!
As pessoas, na real, subestimam a astúcia animal. Os gatescos, na sabedoria popular, detectam de antemão os amigos ou inimigos. A esperteza felina serve de inspiração humana!
Os animais, em ocasiões e situações, deslumbram os donos. Os bichos, nas afinidades e dedicações, escolhem os patrões!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem:  http://entretenimento.r7.com/blogs/carmen-farao/gato-na-moda-26092013/

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O fiel companheiro


O morador, afoito caçador, perdeu o peculiar amigo. O animal, nas perseguições, assistia-se inseparável nas jornadas. As incursões ostentavam-se ímpar brincadeira!
O companheirismo entendeu-se por uma dúzia de anos. O apego, cachorro-dono, concluía-se em conhecimentos e habilidades. A relação ostentava-se alegórica!
O primeiro, nas atitudes e tempo, vivia para o proprietário. O dono, na atenção e tratamento, tinha o cão na condição de distinto filho. A simbiose entendia-se perfeita!
As peripécias, na circunstância da caça, foram atraentes. Brejos e matos, campos e lavouras, córregos e poços foram esquadrinhados na busca das desatentas presas!
A astúcia, na junção de interesses, instalara analogia e ternura. As partes avaliaram-se a partir de modestos chamados e olhares. O animal, em síntese, carecia unicamente discorrer!
O infortúnio, na idade, separou amigos. O cão antecipou-se na partida. A morte, na ocasião própria, achegou-se ao batido corpo. O velho Fiel dirigiu-se a outra instância!
O funeral, na tradicional jabuticabeira (junto ao pátio), foi dolorido. O afastamento, no desgosto, igualava-se a falecido filho. Lágrimas e soluços escorriam no semblante!
A especial e singela pedra, na alusão, sinalava o exato lugar. As peripécias, das coexistências, resguardavam-se nas lembranças. Parceiros afastam-se e lembranças ficam!
Animais e pessoas, de mútua forma, afeiçoam-se na convivência. Amigos verdadeiros, no literal da palavra, veem-se parcos na existência!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://canillfoxhoundamericano.blogspot.com.br/

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A inovada pescaria


O reservatório estendia-se sobre o cenário colonial. A água, sinônimo de vida, atraía as espécies. As presas, no convite, atiçavam primitivas aptidões e instintos de coleta!
A fauna silvestre, no imenso açude, multiplicava-se estabanada. A reserva alimentar, ao esfomeado residente, palpitava nos olhares. Os inovados pratos assistiam-se possibilidades!
A ambição humana, originária dos impulsos selvagens, adveio no desejo de degustar o diverso. A exótica carne, no cardápio, via-se convite ao variável no paladar!
A cobiça abrangia as arredias rãs-das-moitas. A caçada, na paciência, despontava um ardil de profissional. Os sapos boi, no exemplo, revelaram-se dificílimos de pegar!
O morador, nos apurados instintos, inovou no conhecimento. O estudo do artifício, na acirrada observação, revelou o caminho. O alimento, na preferência, eram as minhocas!
O rural, na alongada taquara, adicionou anzol ao náilon. A cobra-cega viva, na ponta de ferro, via-se espetada. A fura-terra, na agonia e instinto, mexia-se abalada na água e artefato!
As esfomeadas e precipitadas pererecas engoliam anzol e isca. O segredo, no silêncio, consistia em atirar o artifício nas águas e charcos. O fruto assistia-se abundante e corriqueiro!
As esdrúxulas, no peculiar preparado e tempero, atraíam apreciadores e despertavam afrodisíacas crenças.  Os homens, nas necessidades, inovam na finura do amparo animal!
O astuto, no chamarisco, descobre esperta saída. A esperteza reside em descobrir a solução mais viável aos dilemas!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.trilhaape.com.br/

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A extrema satisfação


O habitante, no cortiço e favela da periferia, nasceu, cresceu e viveu os dias. As carências e improvisações saltavam aos olhos. Aromas impróprios difundiam-se no ambiente!
O amontoado de prédios esqueceu-se das áreas de distração e lazer. Educação e segurança verificaram-se em baixa conta. O ente público ostentou-se na extrema deficiência!
O local, em resumo, habituou-se a realidade de milhões. O instituto de pesquisa, de autarquia/órgão estatal, achegou-se a residência. O pesquisador interrogou o constituído!
A enquete, a domicílio, tornou-se fonte de caráter oficial. A dúvida, do questionário, perguntava: O morador adora ou desagrada em morar naquele ambiente urbano?
O residente, desconhecedor de aprimoradas realidades, afirmou: “gostar ao extremo”. As deficiências, de toda ordem, faziam imperceptível diferença na essência das vivências!
O consultado, na fonte, via-se de baixa conta. A realidade reforçou: A confiança das pesquisas anda em baixa conta. Os dados retratam interesses de coberturas e patrocinadores!
As pessoas, em geral, amam os ambientes de subsistência. O indivíduo reflete as satisfações dos lugares de experiências. Pesquisas são representações parciais e relativas!
Os ambicionados resultados definem os subsídios. “Ninguém ama o desconhecido e ignorado”!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: www.panoramatricolor.com

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A trompa d’água


As nuvens escuras vislumbraram-se no firmamento. A chuva desabaria em minutos. A ventania prenunciou os perigos. As correrias tomaram vulto. A proteção via-se necessária!
As pessoas buscavam amparo. Os motoristas, nos veículos, dirigiam adoidados. A ansiedade era chegar aos destinos. A jornada, no horário próprio, possuía prazo determinado!
O desejo incidia em safar-se dos contratempos. A história, no delírio dos horários, via-se imprópria nas intempéries. Os redemoinhos, com fios e materiais, ofereciam riscos!
O aguaceiro, na semelhança de água de balde, caiu no baque. O caos, na interrupção da energia, instalou-se em avenidas e ruas. O deus nos acuda assombrou o meio urbano!
Sinaleiras desligadas, nos cruzamentos, instalaram o caos. As filas inacabáveis desdobraram-se nos sentidos. A chuvarada, em instantes nas vias, formou arroios e rios!
A aglomeração divisou bagunça e destruição. A anormalidade descreve o despreparo na cidade. O descalabro, na instabilidade do tempo, vê-se comum nos centros!
O cotidiano, nas vivências urbanas, tornou-se acirrada disputa. As pessoas, aos milhares ou milhões, pleiteiam saturados metros. A tendência encaminha-se no adensamento!
A pergunta, no porvir, relaciona-se: Onde vamos parar na loucura das megalópoles? As probabilidades revelam-se tenebrosas. As anomalias repetem desgraças e tragédias!
A humanização, nas selvas de asfalto, concreto e pedra, revela-se desafiadora. Urbes, na excessiva proliferação humana, apresentam-se inabitáveis e ingovernáveis!
A parafernália tecnológica, com antenas, energias e ondas, parece acentuar a fúria. As nuvens, nos choques térmicos, reforçam raios e ventos. Causas originam efeitos!
A degradação de valores, nos imperativos da subsistência, produz cenas e imagens chocantes da odisseia humana. A insegurança, no contexto urbano, reside na aparente segurança!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.pedreiraitatiba.com.br/

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O martírio das privações


A família, filha das colônias, migrou à periferia urbana. A dificuldade, no salário, consistiu em sair do aluguel. A aquisição de casa e terreno descreveu um conto de lutas!
O trabalho, da família, foi labutar no chão das fábricas. Os rebentos, nas escolas públicas, falharam na chance de quebrar o elo da baixa qualificação e remuneração!
A situação, no desfecho dos meses, assumia aquela novela. A baixa estima, de atormentado e preocupado, decorria das carestias. As sobras viam-se reunidas nas migalhas!
Os membros espremiam e reuniam-se nos consumos. O dinheiro, na imprópria gerência, escorria entre dedos e mãos. O estômago, na vontade de degustar, pagava nas privações!
Pais e filhos, somados de genros, noras e netos, satisfaziam-se no pouco. Os dias finais, anterior aos pagamentos, assumiam ares de eternidade. O desânimo floria no ambiente!
O descontrole, de gastos com veículos, inviabilizava fechar o orçamento. Algum extra ou pico reforçava verba. Os desejos de consumo consistiam nas intermináveis conversas!
Os apetites, nas contínuas ofertas de vendas, precisaram ser contidos. Os bolsos, nas despesas de toda ordem, viram-se impossibilitados de comportar despesas e obrigações!
Os assalariados obrigam-se a se espremer na inflação. O remanejamento de preços dilui o poder de compra. A moeda, na corrosão, compra e custeia continuamente menos!
A palavra não, nas intermináveis ofertas, desponta como sinônimo de sabedoria. O indivíduo, na carência do dinheiro, passa fome nas cidades!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://msgdeluz.blogspot.com.br/

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A estranha doença


O mano encontra-se aborrecido e intrigado. A doença, como fantasma, ostenta-se de estranha origem. O desejo e sonho, por décadas, viram-se postergados!
Os irmãos, numa dezena, saíram das colônias. “Uma mão na frente e outra atrás” fora o tamanho das posses. A habilidade e vontade, nos serviços, eram distintivo e filosofia!
O trabalho urbano, massivo e persistente (na base da braçal força), acarretou o progresso financeiro. As oportunidades, nas duas mãos, viram-se agrupadas e empilhadas!
As acerbadas economias permitiram melhorias. As primeiras compras, na casa e terreno, foram aspiração e preferência. O juízo básico residia em livrar-se do aluguel!
O veículo, posterior aos bens duráveis, adveio em terceiro plano. O novo, no momento, ostenta-se alegria e orgulho. A residência, no pátio, o expõe como “vitrine”!
O adoentado cidadão, no ínterim, fraquejou nas finanças. O dinheiro viu-se disperso nas insignificâncias. O automóvel novo ficou na espera. O velho, nas décadas, viu-se na mão!
A patologia, na enfermidade de espírito, relaciona-se na suplantação de status. Os jovens superaram o veterano nas aquisições. O fato originou o estado impróprio da psique!
Um cunhado, na malícia e sondagem, sugeriu a “vaquinha” (com razão de comprar um carro novo para o mesmo). Os ânimos, no dispêndio, inflamaram-se nas confabulações. “Cada qual para si e Deus para todos” vê-se o lema!
A felicidade e realização, incidida no ter, descrevem pobreza de espírito.   As intrigas familiares, na baixa formação e velada competição, derivam dos desejos de ostentação e posse!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.motorvicio.com/

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O idêntico vício


O camarada, tarimbado e velho solteirão, procura nos cantos e recantos a companhia. A cara metade careceu de ser encontrada. A desconfiança arrola-se no igual defeito!
O cidadão, na especial pérola, almeja uma mulher diversa. Uma pacata companhia para dividir encargos, lazeres e prazeres. A fulana necessita estar livre da enfadonha moléstia!
A mulherada, no entender, pensa de idêntica maneira. O pensamento direciona-se a paixão excessiva às compras. O conceito de entulhar-se nas necessidades e utilidades!
As aspirantes, “viciadas na doença do consumo”, descarta em primeira mão. O problema reside em achar a exceção. A ressalva, a princípio, faltou de nascer!
Os “encostos” mostram-se aos pares. O suporte desinteressa no relacionamento. O problema reside na passagem do tempo. A temporada transcorre em meio às vazias mãos!
Os manos possuem constituídas famílias e filhos. O velho rapaz se encontra na esperança. A expectativa, na insistente busca, consiste em achar a ressalva!
A acomodação e liberdade apresentam-se amplas. “Cada cabeça tem sua sentença”. “A gente tem o que merece”. “A convivência diária externa a real face”!
As relações, subscritas pelo dinheiro, apresentam-se velados comércios. O exagero de exigências atrapalha as probabilidades de negócios!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.comocomprarmelhor.com.br/

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O dinheiro vivo


O morador, cansado da colônia, resolve comercializar propriedades e terras. O vizinho, no desacerto de valores, reluta em pagar o solicitado. O desacerto inviabiliza a transação!
O destino, pós-filhos crescidos e formados, consiste em tomar o caminho da cidade. O abandono dos bens e torrão, herança dos ancestrais, vê-se realidade. Chega da sofrida vida!
A conversação, no pré-estabelecido horário de visita, vê-se o momento da rodada de comercialização. O vizinho comprador, na mesa, assenta-se à aquisição!
O mercador, na presença do casal vendedor, estende os maços de dinheiro. As cédulas vivas assombram e impressionam a parte. Os volumes reúnem a quantia ofertada no imóvel!
A família, no à vista, distende-se no abatimento e desconto. O negócio, em escassos instantes e palavras, vê-se concretizado no descuido dos desacordos e resistências!
O dinheiro, na exposição em montes, exerce deslumbre e domínio. As fantasias e imaginações, em compras, criam voo. As pessoas quebram barreiras e oposições!
Os valores, sem dividendos, escorrem das mãos. Inúmeras vendas, no impensado, acabaram corroídas pela inflação. Alguns, no cochilo, viram-se pobres no imprevisto!
“Melhor um passarinho na mão do que um punhado voando nos lugares”. Terras, na instabilidade monetária, verificam-se garantias concretas como posses!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.ecoturismoaventura.com.br/

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O capão de mato


A antiga pedreira, berço da extração de pedras grês às instalações, encontrava-se no descaso. As espinheiras, de variadas espécies, habitavam o propício ambiente!
O bicharedo peçonhento, nas aranhas, cobras e lagartos, habitava o lugar. O refúgio, entre espinhos e pedras, via-se peculiar proteção. Obstáculos à circulação eram comuns!
A planta, na confiança dos aguçados espinhos, vira-se encravada entre rochas. O lugar, aproximados duzentos metros, vislumbrou-se desperdício e prejuízo na módica propriedade!
A situação, por gerações, encontrava-se no abandono e descaso. O novo proprietário, nas férias e folga, colocou mãos a obra. A seleção tornou-se uma paixão!
O trabalhador, as espinheiras, ceifou por completo. As espécies, de madeiras nobres, ganharam alento e atenção! A braçal força, na base da manual foice, fez diferença!
As amoras, angicos, batingas, cabriúvas, canelas, cerejas, gabirovas, pitangas, viram-se na proteção. O mato, como refúgio da nativa fauna, ganhou elegância e exuberância!
As madeiras, no uso racional, despontaram reservas. O capão, no bioma, resguardara exemplares para sementes. O esterco, no reforço de solo, enobreceu a majestosa bênção!
O centímetro, bem explorado, presta-se a produzir admiráveis frutos. Os aproveitamentos dos solos refletem o grau de conhecimento agrícola dos donos!
Trabalhos desprezados, nalgum momento, precisam da materialização. A minúcia, no embelezamento, merece arrumação e precaução!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.blogjurereinternacional.com.br/

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O estorvo na lavoura


A árvore, velha gigante, via-se imponente na plantação. O vegetal, por décadas, via-se marca naquele singelo espaço. A revolução agrícola exigiu adaptações e reformulações!
A mecanização, nas potentes máquinas, trouxe empecilhos ao manejo. Os contornos e reviravoltas, no desperdício de área, ocorriam no interior dos inesgotáveis plantios!
O produtor, nesta safra, mostrou-se decidido. O proprietário queria lavoura limpa. Alguns centímetros, na pequena propriedade, viram-se conquistados à natureza!
Mãos à obra foi o jeito. A furadeira, na base do tronco, abriu modesto buraco. A artimanha, no interior da cratera, consistiu em derramar alguma amostra de Roundup (veneno)!
O vegetal, em dias, cedeu à existência. A planta, em lenha, acabou retalhada. Exemplares jovens, nas encostas, morros e pedreiras, asseguraram a espécie no bioma!
Os solos, na agroindústria, veem-se disputados a palmos. Os financiamentos exigem contínua produção. Ganhos permitem honrar débitos. O capitalismo exterioriza as caras!
Os vizinhos, na autoproteção, previnem-se da legislação. O acobertado comunitário, na abstinência de denúncia, funciona no agrado. “Boca fechada não entra mosca!”
A legislação, em situações, mais atrapalha do que auxilia. O bom senso precisa predominar entre preservação e produção!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.e-fazendas.com.br/site2/

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O assombro no preço


O colono, pai de família, trabalhou o mês inteiro. O capricho e dedicação despontaram intensos às vacas. O leite, na propriedade, revelou-se o principal papel produtivo!
O colonial, a exemplo, forneceu leite desde o dia primeiro do mês passado. A conta, no mês subsequente, recebeu no dia quatorze. Dezenas de dias sem ver a cor do dinheiro!
Os litros, no mercado, foram certamente vendidos. O dinheiro recolhido à empresa e tributação. O produtor, na conta, pode comprar no ínterim artigos e rações!
A surpresa, no lanche do mercado, consistiu em averiguar o valor recebido. O produto, na carência de explicação, baixara sete centavos dos oitenta e cinco das receitas!
O sobressalto observou-se grande. A frustração assistiu-se maior. O jeito foi pagar água, luz e rancho. O mês acabou zerado na impossibilidade de alguma sobra!
A fala consistiu: “- A rapaziada carece de poupar produtores. O produto, no aumento generalizado de preços e diminuição da produção, reduziu-se em expressivos centavos!”
O comentário seguiu-se: “- As conversas, nas assembleias da entidade cooperativada, discorrem apenas em milhões e bilhões. Os colonos remuneram nos malvados centavos.”
“A ideia consiste em pagar pouco para afixar os produtores no negócio. Os coitados desdobram-se e judiam-se para avolumar dezenas de reais nos vergonhosos centavos!”
O desânimo e desestímulo abriga-se na baixa remuneração. Os associados, na carência dos benefícios trabalhistas diretos, mostram-se funcionários indiretos na fabricação!
A situação origina a debandada das colônias. Uns labutam mais com razão de outros poderem trabalhar menos. A baixa concorrência permite a imposição e submissão!
A exploração, pelos atravessadores, subsiste como velha sina. A estreita sobra, no contexto da sobrecarga tributária, dificulta investimentos e melhorias!

Guido Lang
“Crônicas Coloniais”

Crédito da imagem: http://revistaculturacidadania.blogspot.com.br/

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O tamanho do negócio


O colonial, na promessa de ganhar reais, depositou crédito na conversa dos consumidores. Estes, bem instalados nas cidades, prometiam adquirir carnes e ovos!
As galinhas caipiras, na disponibilidade de espaço, foram chocadas e criadas às dezenas. O pátio, a semelhança de zoológico, assumiu a função de criatório!
Os cereais e rações, em quantidades, foram adquiridos ou plantados ao trato. As instalações ganharam melhorias e praticidade. Artefatos próprios foram bem instalados!
Os produtos, em meses, viram-se produzidos na abastança. Os compradores, na oscilação consumo e finanças, adquiriam ou rejeitaram as mercadorias!
A abundância, na época propícia, levava a rejeição dos artigos. A escassez, na época imprópria, trazia o afluxo. A instabilidade de preços afugentava ou trazia clientes!
Amigos e parentes, na prática, almejavam cortesia. A ideia, de dispêndios, escapava do interesse e tempo. O cuidado e trabalho transcorriam em escassa conta!
O resultado, na iniciativa, levou a criação ao consumo familiar. Os estranhos, a bel prazer, podiam adquirir as necessidades de consumo na cotação do dia!
Aves, no pátio, somam-se aos passatempos. Estes combatem pequeno bicharedo e consomem quaisquer sobras. O primeiro grão ostenta-se uma alegria na ingestão!
A oferta e procura estabelece o tamanho dos negócios. Os colonos ganham aos centavos pelos produtos, na proporção das necessidades comprarem nos reais!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.imagens.usp.br/?p=1012

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A modesta fagulha


O colonial, no cair da manhã, recolheu carvão e serrou madeiras. O trabalho, nos fornos, surgia judiado e suado. A transpiração, no sabor do verão, via-se acirrada!
A colocação de lenha, no preenchimento de fornos, exigiu cortes. A motosserra, na ferocidade, facilitou a difícil tarefa. A centelha verificou-se acesa da carvoaria ou máquina!
O proprietário, como trabalhador, entendeu a jornada de rotina. O sol inclemente ressecava ambiente e materiais. O espanto, no imprevisto, arrolou-se na presença de fogo!
A energia, da coisa nenhuma, descortinou-se incontrolável. A faísca, no quente e suave vento, alargou chamas nos materiais. As labaredas, no repentino, alcançaram amplitudes!
A tentativa de aniquilar, de forma individual, traduziu-se na impossibilidade. A vizinhança viu-se alardeada e reunida. Os bombeiros, no desespero e pressa, foram chamados!
A ímpar devastação, na tragédia, propagou-se pelos hectares. Os brejos, campos e matos foram esquadrinhados. A brisa inviabilizou combates. Os prejuízos foram incontáveis!
A ocasional precipitação, no desfecho do dia, consentiu o domínio. A arrasada terra despontou o poder do fogo. A singela fagulha, numa migalha, desfraldara o extermínio!
Histórias de sinistros, nas prevenções, narram-se comuns nos meios rurais. As famílias, na tenra idade, ensinam filhos a não brincar com chamas. O fogo revela-se incrível arma!
O calor, no descuidado e ingênuo, favorece o fogo.  As ideias, na semelhança das centelhas, propagam convulsões e transformações!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias” 

Crédito da imagem: http://blogdomarcondes.cimm.com.br/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O estranho hábito



O filho das colônias, instalado na vila da periferia urbana, mantinha curiosa rotina. Este, no conjunto de dezenas de moradores, dava-se o ímpar trabalho!
A circunvizinhança, na apatia e descaso, fazia-se de desentendida e indiferente. O exemplo, na aparência, comprovou e ensinou pouco da necessidade de apego e faxina!
O cidadão, nas arrumações e limpezas de pátio, aproveitou o ensejo. As varridas, nos ciscos, folhas e papéis de rua, somavam-se as obrigações e tarefas caseiras!
Os materiais, em dias e semanas, agrupavam-se admiravelmente. Os amontoados eram ajuntados e ensacados nas sacolas. As lixeiras ganhavam o reforço das imundícies!
O vizinho, na atitude, interrogou o objetivo do procedimento. Este, na brandura e sabedoria, exteriorizou o princípio. A ideia via-se transcrita na higiene e limpeza do ambiente!
A resposta sintetizou: “- O morador cria a conjuntura do público. O agradável ou inadequado decorre dos naturais. O lugar retrata a formação cultural dos residentes!”
Alguns, na sutil provocação, jogavam lixo e pontas de cigarro. A ausência do ente municipal obrigava a particular decisão e tarefa. O exemplo revolucionou a aparência!
O indivíduo, no conjunto, precisa fazer a diferença. A correção e trabalho inspiram a elevação da dignidade e qualidade de vida. A altivez transparece nos gestos e sinais!
A esperança, no mundo melhor, começa na nobreza de espírito. O sujeito, na passagem terrena, coopera na conta e cota à evolução do gênero humano!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.humaniversidade.com.br/

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A diferença de férias


As dezenas de funcionários receberam as merecidas férias. O pessoal, numa romaria, tomou o rumo do litoral. A ideia consistiu em fugir da aridez e fervura das cidades!
Calor, congestionamento, consumo, estrada e fila somaram-se no percurso. Caminhar na praia, folgar horários, seduzir da maresia, torrar a pele trouxeram revigoramento!
O filho das colônias, na contramão, tomou o caminho do interior. Este, na chácara, procurou refúgio e repouso. O ambiente, calmo e familiar, diluiu fobias e neuroses!
A ideia consistiu na distância de agitações, dispêndios, gentes, perigos, tumultos... O prazer de conviver na natureza, degustar banho, respirar ar puro, usufruir do trabalho...
O momento tinha de romper hábitos. O exercício, em arrumações e tarefas, consumir energias. O tempo sintetizou-se em folgas, passeios, plantações, roçados, visitas...
Investimentos ganharam alento. O dinheiro, de fazer muito com pouco, resultou em avanços. O mero consumo e ócio compreendem-se como sinônimo de imprudência!
A mentalidade direciona-se na capitalização. Os recursos geram multiplicação e racionalização. Os economistas, na primeira esquina, vislumbram negócios e oportunidades!
O indivíduo cauteloso prioriza economias. O ardiloso, na sucessão dos ganhos, faz sobrar singelas divisas. A adversidade, na velhice, obriga armazenar e resguardar reservas!
A mentalidade, no inesperado, cunha classes e distingue indivíduos. O trabalho, no deleite e melhoria, instala avanços e insurge ambientes!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.aluguerferias.com/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O exemplo bíblico


O produtor, com pequena propriedade, precisa fazer valer o chão. As terras, ao extremo, são exploradas e planejadas à produção. O solo vê-se a essência do patrimônio!
O plantador, em milhares de árvores, recorreu à concretização do relegado serviço. Algumas horas, no intervalo das variadas tarefas, ganharam a nobre incumbência!
O conjunto do mato foi relegado a plano secundário. A ideia consistiu no alento às arvorezinhas. O solo, na aresta, mereceu aproveitamento. O desperdício lê-se imprudência!  
As mudas, em tenros eucaliptos, ostentavam-se encravadas na capoeira. Os parcos metros viam-se extraviados nas adjacências do mato. Quem valoriza o pouco, merece o muito!
As raquíticas plantas, em meio a natural vegetação, acharam-se ocultadas e sufocadas. O retardamento, no crescimento e desenvolvimento, manteve-se acentuado!
A ideia, por inspiração na parábola da ovelha perdida, acabou seguida a risca. Mãos a obra, no roçado, ceifaram a concorrência. O devotado trabalho insere prodígio!
O visual, em minutos, descreveu a humanização e modificação. As miúdas plantas, vizinhas das gigantes, tiveram sobrevida. As exóticas passaram as exclusivas do recanto!
O ulterior papel consistiu na adubação. A diferença, em meses, foi apreciada. A mão humana, no auxílio da divina, produzira fartura e riqueza. A exuberância abençoou o cenário!
Os detalhes, no capricho e dedicação, fazem a derradeira diferença. Os fracos e humildes, em momentos e situações, precisam do impulso da atenção e auxílio!
O aproveitamento e racionalização dos recursos integram os segredos da prosperidade. A sorte recai a quem vislumbra empenhos e oportunidades!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://templojovemvirtual.blogspot.com.br/

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O último pedido


O filho das colônias, depois de abençoada e suada existência, achegou-se aos términos. Oito décadas, na importante e intensa vida, tinham decorrido rápidas!
As experiências e histórias foram muitas e variadas. Os filhos e netos continuaram o elo e incumbência. Conselhos e lições, nos atos, foram dados e ensinados à descendência!
O prestigiado sobrenome assegurou-se na sucessão. O cidadão, dias anteriores à partida, reuniu os familiares. A conversa, franca e serena, externou o derradeiro anseio!
A petição deixou admirados os participantes. O desejo, distinto a tradição dos ancestrais, consistiria em ser incinerado. As poupanças, aos dispêndios, tinham sido realizadas!
O punhado de cinzas receberia uma peculiar destinação. Um pinheiro, desconsiderando lugar e tamanho, ficaria beneficiado pelo bucólico material!
O objetivo, no elo da vida, consistia em continuar na energia e matéria. O resíduo, em parte, seria certamente absorvido. Os frutos e madeira seriam benévolos aos vivos!
A prestação de contas revela-se uma absoluta certeza. Os humanos, no ciclo da vida, procedem e retornam à terra. A eternidade reside na continuidade da espécie!
Os altivos e sublimes gestos transcorrem como modelos. A esperteza e grandeza espiritual residem nas aprendizagens e sabedorias!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.picstopin.com/350/pinheiro-araucaria-angustifolia/http:%7C%7Cwww*flordecactospji*yolasite*com%7Cresources%7CPINHEIROARAUCARIA*jpg/

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A revolução verde


A diminuta área, por décadas e gerações, via-se tradicional gramado. O potreiro, ao pastoreio, produzia modesto alimento. O plantio, na produção de cereal, incutiu a revolução!
O objetivo, na concepção dos ancestrais, permitia a locomoção dos animais. Estes, como feras, careciam de ser enjaulados. O ensaio físico reforçara condições sanitárias!
O proprietário, no acerto com meeiro, implantou as mudanças. O cultivo, em função de rendimentos, despertou os ares das inovações. O milho ganhou a primazia da produção!
O espaço, de aproximados dois hectares, foi ocupado pela plantação. A adubação e gradeação, anterior a semeadura, ganharam os conhecimentos e procedimentos agrícolas!
O milho, em semanas, germinou e multiplicou a massa verde. A aparência de inço dominou o cenário da lavoura. A admiração e espanto instituíram-se na produção!
A cultura assumiu fisionomia de impenetrável floresta. A circulação, no interior, ostentou-se desafio. A precoce colheita, em espiga e palha, tomou corpo na silagem!
As gramíneas davam mal para alimentar exclusiva cabeça. O milho, na única safra (de três anuais), permitia alimentar um rebanho. A diferença de rendimento saltou aos olhos!
O milagre do campo sustenta os milhões das cidades. Singelas áreas produzem quantidades incríveis de alimentos! A abundância conduz a preservação e reflorestamento!
A abastança, na margem de lucro, falha na idêntica renda aos plantadores. As velhas lavouras, numa “fábrica de alimentos”, viraram sinônimo de “ilhas de fartura e progresso”!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.infoescola.com/pecuaria/gado-nelore/