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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A estranha doença


O mano encontra-se aborrecido e intrigado. A doença, como fantasma, ostenta-se de estranha origem. O desejo e sonho, por décadas, viram-se postergados!
Os irmãos, numa dezena, saíram das colônias. “Uma mão na frente e outra atrás” fora o tamanho das posses. A habilidade e vontade, nos serviços, eram distintivo e filosofia!
O trabalho urbano, massivo e persistente (na base da braçal força), acarretou o progresso financeiro. As oportunidades, nas duas mãos, viram-se agrupadas e empilhadas!
As acerbadas economias permitiram melhorias. As primeiras compras, na casa e terreno, foram aspiração e preferência. O juízo básico residia em livrar-se do aluguel!
O veículo, posterior aos bens duráveis, adveio em terceiro plano. O novo, no momento, ostenta-se alegria e orgulho. A residência, no pátio, o expõe como “vitrine”!
O adoentado cidadão, no ínterim, fraquejou nas finanças. O dinheiro viu-se disperso nas insignificâncias. O automóvel novo ficou na espera. O velho, nas décadas, viu-se na mão!
A patologia, na enfermidade de espírito, relaciona-se na suplantação de status. Os jovens superaram o veterano nas aquisições. O fato originou o estado impróprio da psique!
Um cunhado, na malícia e sondagem, sugeriu a “vaquinha” (com razão de comprar um carro novo para o mesmo). Os ânimos, no dispêndio, inflamaram-se nas confabulações. “Cada qual para si e Deus para todos” vê-se o lema!
A felicidade e realização, incidida no ter, descrevem pobreza de espírito.   As intrigas familiares, na baixa formação e velada competição, derivam dos desejos de ostentação e posse!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.motorvicio.com/