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quinta-feira, 17 de abril de 2014

A excepcional fome


O esfomeado e ingênuo inseto, na fresta, adentrou na casa. O mosquito, no cochilo, abrigou-se no quarto. O cansaço e escuridão, na vantagem, viabilizaram encher a pança!
O abundante e fácil alimento, no sangue humano, permitiu saciar-se no exagero. O apetitoso e saboroso, na sedenta fome, assemelhava o prato a divino elixir!
A vítima, no imprevisto e incômodo, ascendeu à luz. O hematófago, na pressa, assentou-se estufado. A coloração escura, na parede branca, denunciou-o no contraste!
A chinelada, no dolorido do corpo, exterminou o azarado vivente. A sobrecarga alimentar, no peso e tamanho, impossibilitou apressado esconderijo e sobrevôo!
A imprudência, na afobação, ceifou a existência. A ganância, no desejo do acúmulo e reserva, gera insegurança. A sabedoria, na medida dos extremos, consiste no meio termo!
A esperteza e inteligência residem no bom senso. A apropriação indevida, na malandragem e pilhagem, conduz a denúncia e ruína do acerto de contas e confisco!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://animals.nationalgeographic.com/animals/bugs/mosquito/