Translate

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A floresta artificial


      A localidade, na agricultura familiar de subsistência, mostrou-se conquistada pela Floresta Pluvial Subtropical. Mãos calejadas, em cinco gerações e cem anos de invasão, instituíram o solo arável. As baixadas e ladeiras, no lavor braçal, alastraram os cultivos anuais.
       A cana, o feijão, a mandioca e o milho, na preferência, foram habituais culturas. O panorama colonial, no decorrer de 1980, mudou na extração agrícola. Os colonos, na velha raiz, feneceram no ambiente. Os jovens, de formação escolar, readequaram o chão arável.
         O espaço cultivável, na maioria da paisagem, acabou no reflorestamento. As ilhas, em lavouras e matos, ganharam o progressivo acréscimo do eucalipto. O amplo plantio, na exuberância vegetal e fertilidade do terreno, estabeleceu o espetáculo da floresta artificial.
        O eucalipto, nas remotas paragens, vislumbra-se no hábitat. A integração, no contíguo natural, confere ares de árvore aborígine. O instintivo, em três décadas, ocorreu: a selva recobrou o lugar original. A subsistência, no ritmo do monopólio, adveio na nova revolução.
            O cenário colonial, nos aclives e cerros, jaz no cultivo e exploração florestal. A natureza, no devido momento, retoma a aparência e lugar original.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.depceliomoreira.com.br/