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sábado, 17 de janeiro de 2015

O fantasma de pedra



O criador, na idolatria por cães, ergueu modesta divisória. Os caninos, no vizinho, abandonariam achaques e incomodações. Os ladridos e odores cairiam na redução (do próximo). O cercado, no metro de altura, tomou direção no apertado e ocupado chão.
O morador, filho das colônias, procurou inovar na construção e imitação. O sujeito, nos espectros e latidos, sentiu-se atingido. A habilidade, no paralelo, armou outro paredão (na bruta pedra e viga). O assombro, na divisa, aponta obra erguida na força e realeza de duas muretas.
A obra, na afobação e improvisação, revelou-se fora do esquadro. Os dois metros, no contraste do cenário, assinavam antipatia e divisão. Os curiosos, na rodovia principal, conjeturavam o bizarro artifício. O exemplo, na relação, constituíra curso do lamentável.
O mostrengo, no exercício, fazia “alusão ao Muro de Berlim” (1961-1989). As lembranças, na Guerra Fria (1945-1989), faziam referência à divisão do berço e povo dos ancestrais. O fantasma de pedra, no despertar e repousar, avigorara horror e raiva.
O efeito, na excessiva proximidade, resulta na aversão. As pessoas, nas atitudes e garantias, adoram instituir divisórias e separações.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.1zoom.me/