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domingo, 3 de maio de 2015

A admirável visita


O sujeito, na progredida idade e patologia, adveio visitar o outrora velho amigo. A amizade, na atraente convivência, decorreu no apreço e importância. A natureza, na fuga na cidade grande, adicionou-se na direção do interior. A essência demanda o autêntico e natural.
A família, na condição de filhas (duas), genro e neta, escoltaram a empreitada. O domingo, no desenlace da tarde, incluiu a formidável visita. O amigo, na categoria de falecido, auferiu reencontro. O cemitério, na soberba familiar, abriga marcos e restos mortais.
A ocasião, na ausência do pré-combinado, ocorreu no aniversário do falecido. Alguma resolução, na mão invisível e poderosa, pareceu nortear as ligações. As afinidades, no outrora das analogias, tomaram vulto. A vida, em sensatas ocorrências, anota desafios e segredos.
A despedida, na saída do lugar do obelisco, submergiu na alocução. O ancião, na final despedida, externou o impensável: “Adeus meu velho amigo! A gente, em breve, estará junto na idêntica estância”. Os artifícios e tendências incorreram na coroação da vivência.
As lágrimas, entre íntimos e pessoais, fluíram pelos semblantes. Os bons parceiros, no extremo, necessitaram rever-se nas paragens. Uns, no particular das provas, nutrem admiráveis amigos e amplas cifras de indiferentes. Os pessoais escolhem-se nos dedos.
A história escreve acasos atraentes e memoráveis. As dimensões terrenas abrigam grandezas ocultas.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.marmorariadalsassoo.com.br/