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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A serenada passagem


O achaque, no decurso dos meses e semanas, alastrou-se no organismo. Os expedientes, na ciência e técnica, foram aplicados e esquadrinhados. Os cruciais dias tomaram irreversível passagem. A enfermidade, na extensão da idade, assumira adereço do aniquilamento. O médico, no tratamento, profetizou preparos. A morte, no próprio do horário, achegou-se no seio íntimo. O infortúnio, no desejo do descanso e dor da perda, tomou ocorrência. A atmosfera, na afluência dos “enxertos”, filhos e netos, fora instruída e organizada. A tradição, na suave via (doutra dimensão), apregoa quietude. Os presentes, no restrito clube, deveriam sobrevir na calma e silêncio (cortejo). O ente, na extenuação, deveria apresentar-se no plácido sono e suavizada viagem. Os chamamentos, no desejo da sobrevida (em horas/dias), adviriam na angústia e dor do acamado. A inteligência, na existência, reside em acrescentar tempos. A vida, nas andanças e vivências, advém na fugacidade e validade.
           
Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: https://acidblacknerd.wordpress.com