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terça-feira, 21 de junho de 2016

Os impresumíveis alentos



A família, no ambiente das criações (da propriedade), acudia no extraordinário animal. O novilho, no padrão de varão, caía no atributo e beleza da natureza de zebu. O boizinho, na achegada das visitas, incidia no centro das atenções e conversas. A ocorrência, em apropriados meses, adveio na expressão de amigos, estranhos e vizinhos. O animal, na economia de energias (em função do abundante trato), foliava no manejo e potreiro. Os exageros, no modesto tempo, acarretaram insonhável prejuízo. O bovino, no auferido achaque, feneceu em comer e defecar nas precisões. A morte, em meio aos apelos das soluções veterinárias, ocorreu no episódio. A necropsia, na aclaração do enigma, despontou amarração nas tripas. Os impresumíveis alentos, na força dos enciumados olhares e ponderações, avigoraram malvados agouros. Os exageros, em comentários e divulgações, brotam em sinistros presságios. A discrição, nos afazeres e negócios, avigoram os apropriados ares.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.keyword-suggestions.com/emVidQ/

O indiscreto palavreado


Os antigos, na circunstância das colônias, nutriam curioso palavreado. O alegórico sentido, na expressão vulgar (dialeto Hunsrück), caía no feitio das ressaltadas barrigas. Os varões, na acentuada pança, acudiam no vulgo de “barriga de melancia” (na atual designação cai em “barril de chope”). As mulheres, na extensão de expansões/gravidez, largueavam entranhas. O pejorativo, na “calúnia de bastidor”, sucedia na “ingestão de mandioca brava” (aipim xucro). As grávidas, no presente, acorrem na atribuição chula de “prenhas”. A migração campo-cidade, na afluência de mutações de épocas e gerações, regeu na proscrição dos termos. As memórias, na extinção das envelhecidas ascendências, conservam-se ativas (apenas nos recantos das linhas). A capacidade, na imputação das expressões, expõe ciências e cosmovisões. As gerações, nos ambientes e experiências, transcursam em sabedorias. A linguagem, nas entrelinhas do informal, transcorre na baixa abordagem da bibliografia.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: https://largodoscorreios.wordpress.com/

O fogão campeiro


A acomodada dona-de-casa, na essência da cozinha e linha, construiu aspirado fogão campeiro. O artefato, no contraído industrial, adentrou na aposentadoria e remoção do lugar. O pedreiro, no amplo entendedor do artifício (alcunha de “Cricri”), viu-se acordado no serviço da edificação. A peça, no amplo e funcional, acalora clima. As lenhas, em variadas dimensões e grossuras, acabam inseridas na combustão. As águas, na infusão, mantém umidade da atmosfera. Os alimentos, no cozido do ardor natural, elevam-se no sabor. A cozinha, nas cercanias do fogo, advém no assento da friagem. As conversas, nas afluências informais, esquadrinham ocorrências e vivências. O rústico, no epílogo, incide na economia e funcional. As pessoas, no interior, olham pela simplicidade e praticidade. A alegria, nas ambulações, sobrevém no livre-arbítrio: “Os rurais despontam em donos do próprio nariz”. A fortuna, no corriqueiro, transcorre na condição de espírito e expressão.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: https://br.pinterest.com/pin/474285404480069821/

O alastrado desperdício


O filho das colônias, nas perambulações urbanas, reparou gama de espaços. Os terrenos, em baldios e vazios, acodem no saliente número. Os imóveis, no ambiente urbano (regional), afluem na cadência de expectativa. A valorização, na agiotagem imobiliária, acerta na exploração e negócio. O curioso, no desperdício de propriedades, ocorre na chance de produção. A agricultura, no exemplo da jardinagem, poderia ser constituída na ativa maneira. As hortas e pomares, na razão do auto abastecimento ou suplemento familiar, poderiam gerar dividendos e serviços. Os donos, na falta de ciência e precisão, procedem no descaso. Os despossuídos, na falta de capital e incentivo, igualam-se na apatia. O país, no abonado solo, faz marasmo no possível. Os despejados, na inclusão, fixariam ocupação e plantação. O interesse, na simples precisão, acode na fácil aquisição. As megalópoles, na sensata altura das conurbações, obrigam-se na revisão das produções e tradições.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com/